quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Homenagem ao artista regional

José Antônio da Silva(1909-1996)



José Antônio da Silva nasceu em Armando Sales de Oliveira (SP), em 1909 e faleceu em São Paulo (Capital), em 1996.
Numa autobiografia publicada em 1949, História de minha vida, Silva revela ser filho de um casal "muito pobrezinho e muito humilde e trabalhador nos serviços mais pesados da vida e mais perigosos".
A sorte começou a mudar para o Silva já no ano seguinte, por ocasião de uma exposição regional realizada na Casa de Cultura de São José do Rio Preto, na qual expunha seus primeiros quadros.
O júri, do qual faziam parte os críticos de arte Lourival Gomes Machado e Paulo Mendes de Almeida, reconheceu o valor das ingénuas representações pictóricas feitas por Silva, o que muito o incentivou.
Desde sua primeira exposição em São Paulo, efetuada, como ficou dito, em 1948, e na qual vendeu todos os quadros, ganhando a soma para ele fantástica de 20 contos, Silva viveu exclusivamente de pintura.
Contudo, resistiu o mais possível à idéia de se mudar para São Paulo, preferindo morar em São José do Rio Preto, apesar de incompreendido e vítima da inveja, pelo sucesso e fama conquistados.
É o próprio pintor que desabafa:
«São José do Rio Preto, eles não gostam, não entendem. São José do Rio Preto é uma das cidades mais ricas do Brasil, eles têm dinheiro, mas não entendem de pintura.
«Prova é que eu criei um museu com as minhas telas, com as telas dos grandes artistas, em 1967. O museu é muito frequentado por crianças, as autoridades não.»
O museu a que Silva se refere é o seu Museu de Arte Contemporânea de São José do Rio Preto - por ele dirigido e organizado, permutando suas telas as de outros artistas.
«Tem peças magníficas no museu. Eu queria formar um museu, é o seguinte, um museu de arte mas ao mesmo tempo histórico, então eu botei um nome assim, pensando bem naquilo, um museu nato.»
E gravou até um disco.
Silva destaca-se como colorista espontâneo e sensível, e seus quadros, vazados num desenho ingênuo, obedecendo a uma ciência intuitiva da composição, recriam o meio rural paulistano dentro de uma ótica autênticamente caipira.
A respeito do seu capirismo, aliás, o artista possui opiniões bem estruturadas:
«Sou caipira, mas não sou tonto. Poderia sair do Brasil e fazer sucesso lá fora. Nem sei em quantos museus do mundo há quadros meus, até em Nova Iorque. ... Já nasci pintor, se não pinto, fico doente.
Em 1998 a Pinacoteca de São Paulo dedicou-lhe importante retrospectiva.
Fonte: CD-ROM 500 Anos da Pintura Brasileira.

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